quinta-feira, 17 de junho de 2010

a rua virou rio...


Dia: 16 de Junho de 2010
Hora: de tarde
Hora do relatório: de noite (claro ainda, aqui tá anoitecendo às 21:30. Incrível!)
Cidade: Lisboa. PT
Rua: ??

Comecei sem saber pra onde ia. No fundo no fundo, isso era o de menos. Eu só queria andar e andar. Resolvi pegar um autocarro que sempre pego, mas que nunca completo seu percurso. 706 (sentido Santa Apolônia). Fui. Cheguei na sua paragem terminal. Ao pé do rio Tejo. No rio tinham 2 navios militares. BEM parecidos com os de filme moderno. E não faltaram marinheiros neles. Todos com roupinha azul marinho, chapéu branco. Todos aparentemente BEM saudáveis. hehehe. Eu fiquei um tempo ali. Parada olhando pro primeiro navio monstro!! Encantada. Não é todo dia que você vê um navio daqueles. Eu até parecia num filme. Alguns marinheiros "popeyes" acenaram pra mim. Também, eu tava com um vestido vermelho/vinho. Cabelo vermelho que quando bate o sol… óculos grande… eu não era uma figura discreta naquele momento. E estava só. Parada. Olhando pro monstro, abestalhada. Quando acenaram, fiquei sem graça e resolvi caminhar em direção à praça do comércio. pensei em como minha vida seria se eu estivesse na missão daqueles marinheiros. no mar. vindo da espanha e indo pra qualquer outro lugar. na praça do comércio tem uma espécie de saída pro rio e uns banquinhos. É o meu segundo lugar preferido, depois do jardim da estrela e Gunbienkan, empatados. Durante essa relativamente, longa caminhada… meus pensamentos foram muitos. Nessa rua, não consegui focar em nada, eu estava andando e pensando em tudo e ao mesmo tempo em nada. Estranho?
O que mais ficou marcado nessa caminhada, foi o balanço desse ano aqui. Incrível como você ganha e perde coisas. Como você amadurece. Como você sofre e ri de um minuto pro outro. Se me perguntarem se esse ano passou rápido, vou dizer que ele passou no seu tempo. Se chorei de saudades, menos do que pensei que fosse chorar. Se eu voltaria, claro. Esse ano foi de uma grandeza de vida que não posso comentar aqui. Perdi coisas importantes, mas ganhei coisas preciosas. sempre dois lados.. ou vários!

O Tejo é lindo.

O sol de Lisboa tem canção.

O solo tem inspiração.

Nessa caminhada, a saudade do que não foi, foi grande. A saudade do amanhã que vai ser passado, Lisboa, vai ser enorme.
Qual era o nome da rua/avenida? Não vi, mas a paragem do autocarro, dizia: casa conto. Estranho?

Eu já disse que o Tejo é lindo?

Eu já disse que o vento de Lisboa hoje tava na medida certa?

Nós somos feitos de lembranças, referências, histórias… tudo é lembrança, desde que se viva, acho. O que não foi, não pode ser… foi esse o gostinho que tive nessa caminhada.
Quando eu sento perto dele, Tejo, meu olho brilha como o sol refletindo nas suas águas. Tanta coisa na cabeça. Tenta coisa pra saber…

tanta coisa...


dulce

Um comentário:

  1. Du, o efeito do Tejo em você me lembra o que me causava - e ainda causa até hoje - o estar na Ponta do Humaitá em Salvador, um recanto que avança no meio da Bahia de Todos os Santos e do qual toda a terra firme parece distância e poesia. Aquelas águas e o céu por cima delas, eu naquele meio de caminho, me sentindo acolhido pela paisagem. E meu olho brilhava como o sol refletindo nas águas. Tanta coisa na cabeça. Tanta coisa pra saber... tanta coisa...

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